Especialista em Jornalismo Econômico, diretor da MB Comunicação e vice-presidente da Associação Catarinense de Imprensa (ACI), Marcos Bedin, aborda o assunto

Em tempos em que os alicerces da sociedade são incessantemente testados por transformações tecnológicas, sociais e econômicas, torna-se imperativo reafirmar valores que sustentam a vida democrática e garantem a coesão civilizatória. Entre esses valores, a liberdade de imprensa ocupa um lugar de destaque inquestionável. É sob essa convicção que Chapecó, centro vibrante do Oeste catarinense, prepara-se para acolher no sábado (2 de agosto) o 16º Encontro da Imprensa Catarinense, evento que se consagrou como o maior fórum da mídia em Santa Catarina.
A escolha de Chapecó como sede do Encontro não se deve ao acaso. Trata-se de uma homenagem à sua relevância como polo estratégico da comunicação, onde coexistem tradição e inovação, protagonismo regional e projeção estadual. A cidade se transforma, simbolicamente, na capital catarinense da liberdade de expressão, abrigando um encontro que valoriza o jornalismo como instrumento de justiça, consciência e desenvolvimento. Em sua décima-sexta edição, o Encontro reafirma a trajetória coerente e resiliente que o consolidou como referência institucional, sob a liderança da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da MB Comunicação, desde sua gênese em 2007.
Muito além de uma festividade, o evento se estrutura como um espaço de reflexão e reconhecimento, onde o tempo é ponte entre gerações. Profissionais veteranos compartilham décadas de experiência com jovens recém-chegados às redações, promovendo um diálogo fecundo entre a memória e o futuro. Homenagens e confraternizações não apenas celebram trajetórias individuais, mas reiteram o compromisso coletivo com os pilares da informação responsável, da ética e da cidadania.
Num cenário saturado por informações de múltiplas fontes, em que a instantaneidade se sobrepõe muitas vezes à apuração e a viralização se impõe ao conteúdo, emerge com mais nitidez o papel imprescindível do jornalista profissional. Sua missão de investigar, checar, contextualizar e narrar com fidelidade os fatos torna-se uma das garantias mais sólidas da saúde democrática. A imprensa independente continua a ser um dos pilares que sustentam a pluralidade e o debate público qualificado. Sem ela, abre-se espaço ao obscurantismo, à manipulação e ao autoritarismo.
O Encontro da Imprensa Catarinense também representa um tributo à diversidade de competências que integram o ecossistema da comunicação social. Jornalistas, radialistas, publicitários, assessores de imprensa, relações públicas, professores universitários, empresários e gestores de empresas jornalísticas — todos compartilham a responsabilidade de construir pontes entre fatos e pessoas, instituições e comunidades. A valorização social e econômica dessas profissões é indispensável à consolidação de uma sociedade informada e crítica.
Ao reunir os protagonistas da comunicação catarinense, Chapecó celebra o direito de informar e ser informado — uma prerrogativa democrática que antecede o voto, orienta escolhas e fortalece vínculos sociais. Celebra-se, sobretudo, a dignidade e a responsabilidade do ofício de comunicar, que, silenciosamente e com perseverança, continua a iluminar o caminho da democracia.

Fonte: RCN

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