Em meio às imensas áreas de reflorestamento que dominam a paisagem da Serra catarinense, uma nova fonte de renda começa a ter destaque: o cultivo de mirtilo. A produção da fruta, conhecida pelo alto valor agregado e pelos benefícios à saúde, ainda é recente na região, mas já atrai atenção de produtores e investidores.
De acordo com a Epagri, um dos principais exemplos desse movimento está em Palmeira, município de pouco mais de 2,7 mil habitantes, a cerca de 40 quilômetros de Lages. É lá que o produtor Celso Claudino cultiva cerca de três mil pés de mirtilo em meio a uma área de reflorestamento de sua propriedade. Cada planta rende, em média, de cinco a dez quilos por safra — o que pode significar até R$ 300 por árvore, considerando o preço médio de R$ 30 por quilo no atacado.
A produção da "Palm Berries", nome da marca criada por Celso e o genro João Carneiro, já abastece consumidores em diversas partes do Brasil.
“O mirtilo é um produto bastante viável e com muita rentabilidade para o pequeno e grande produtor. Não bastasse isso, o pomar tem várias fases de beleza, como a florada, em setembro. Além de ser gratificante, pode também ser explorado para o turismo”, diz Celso.
Epagri oferece apoio à empresa em questões de doenças no pomar, poda e confecção de mudas (Foto: Pablo Gomes/Epagri)
De origem europeia e americana, o mirtilo, também conhecido como blueberry, é rico em antioxidantes, fibras e vitaminas, e vem ganhando espaço no mercado nacional, onde um quilo pode chegar a R$ 60 no varejo.
O crescimento da produção na região conta com o apoio técnico da Epagri, que oferece orientação sobre poda, controle de doenças e produção de mudas. No caso da Palm Berries, um viveiro próprio já produz novas plantas. Mas para quem está começando, a instituição também auxilia na implantação de pomares e no acesso a políticas públicas.
“Temos especialistas em fruticultura e programas que podem apoiar na implantação de pomares. Todos os escritórios municipais da Epagri estão aptos a prestar este tipo de apoio. Em breve, realizaremos um dia de campo aqui nesta propriedade para divulgar a atividade e mostrar que não só o mirtilo, mas também outras frutas que entram no mesmo contexto, podem ser boas alternativas de renda para muitas famílias, especialmente em pequenas propriedades”, conclui Clayrton Accacio Cruz da Silveira, extensionista rural da Epagri no município de Palmeira.

Fonte: Oeste+

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