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20/08/2025 22:32
ALESC

Audiência discute criação de um observatório para o câncer no estado

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A criação de um observatório para o câncer no estado foi um dos encaminhamentos da audiência pública promovida pelo Parlamento na manhã da quarta-feira (20), que discutiu políticas públicas efetivas destinadas à atenção às pessoas com câncer no estado.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, entre 2023 e 2025, serão registrados 704 mil novos casos de câncer no Brasil, com previsão de 39.600 ocorrências somente em Santa Catarina em 2025, sendo destes, 4.670 em Florianópolis. O câncer de mama feminina, próstata, e colorretal são os mais incidentes no estado, de acordo com o Inca.

Informações imperativas como essas foram aprofundadas no encontro, que aconteceu no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright, no Palácio Barriga Verde, na Capital, liderado pela Comissão de Saúde do Parlamento e que reuniu representantes do poder público, profissionais da saúde, entidades da sociedade civil, pacientes e especialistas da área.

Sessão marca 25 anos da Amucc e aproxima o Outubro Rosa

A solenidade de abertura contou com a presença do presidente da Comissão de Saúde e proponente da audiência pública, deputado Neodi Saretta (PT); do secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi Silva; da diretora da Associação Brasileira de Portadores de Câncer, Iriana Koch; do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Carlos Gustavo Crippa; da presidente da Sociedade Catarinense de Radiologia, Aline Patricia Bianchini; do diretor-geral do Cepon, Marcelo Zanchet.

Além da importância do debate em si, a iniciativa é emblemática por marcar os 25 anos de atuação da Associação Brasileira de Portadores de Câncer (Amucc) e da aproximação do Outubro Rosa, campanha que simboliza a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Rede de Atendimento Oncológico em debate

Presidindo os trabalhos, o deputado Saretta destacou a importância da iniciativa que visa aprofundar o debate para apontar os desafios, avanços e estratégias para o fortalecimento da rede de atendimento oncológico em Santa Catarina.

Para ele, o câncer continua sendo uma das maiores causas de mortalidades em Santa Catarina. “Com mais de 20 mil novos casos diagnosticados no estado, com destaque ao câncer de mama, próstata e colo retal”, pontuou.

Ampliação do acesso e tecnologias no SUS

Para o presidente da Comissão de Saúde, as demandas do setor são desafiadoras e precisam avançar. “Precisamos ampliar essa rede de atendimento oncológico no estado para dar celeridade e melhorar os serviços”, observou, destacando que é necessário a incorporação de novas tecnologias ao SUS.

“Protocolei proposição na Alesc com o objetivo de incluir testes genéticos, que são exames que analisam o DNA de uma pessoa em busca de mutações que podem aumentar o risco de desenvolver certos tipos de câncer. Esses testes podem ser úteis para identificar predisposição a câncer hereditário e auxiliar na tomada de decisões“, disse.

Fundo Estadual de Combate ao Câncer

Ele comentou ainda que o Parlamento pleiteia a criação do Fundo Estadual de Combate ao Câncer em Santa Catarina. A iniciativa, informou, é para garantir recursos destinados ao tratamento e atendimento de pacientes com câncer, além de promover diagnósticos precoces e apoio.

O projeto de lei para a criação desse fundo visa assegurar maior qualidade de vida e saúde pública para os catarinenses diagnosticados com a doença. “Uma série de questões foram levantadas e serão demandadas. Os desafios de quem tem câncer não é apenas um número, um caso, são pessoas que necessitam de respostas imediatas”, observou o parlamentar.

Propostas pela sociedade civil organizada

A diretora da Associação Brasileira de Portadores de Câncer, Iriana Koch, destacou uma luta que a entidade empunhou e que contou com o apoio do Parlamento, em especial, da deputada Paulinha (Podemos), que é autora do Projeto de Lei 5608/23, que visa ampliar o acesso a mamografias para mulheres a partir dos 40 anos pelo SUS.

Além disso, ela também propõe a criação do Selo Rosa, que identificaria empresas que contratam mulheres diagnosticadas ou em tratamento de câncer, oferecendo benefícios como trabalho remoto e jornada flexível.

“Essa questão é urgente, pois 50% das mulheres que são diagnosticadas com câncer de mama tem menos de 50 anos, basicamente, estão na faixa dos 40 anos”, informou Iriana. “Precisamos avançar nessa pauta”, disse.

Criação do Observatório do Câncer

Ela ainda pleiteou como um encaminhamento a criação de um observatório do câncer, com informações reais a respeito da situação da doença em Santa Catarina. “Santa Catarina tem que ser referência em diagnóstico precoce”, opina.

Para ela, entre os desafios enfrentados pelo paciente com câncer estão a falta de informação, a demora para o diagnóstico, as filas para realizar os exames e o acesso ao tratamento. “Com o observatório do câncer teríamos dados reais e atualizados para que as políticas públicas possam ser feitas com mais efetividade. Quem tem câncer tem pressa”, pontuou.

Programa de rastreamento do câncer de mama

Nessa mesma linha de soluções, o vice-presidente da SBM, Carlos Gustavo Crippa, sugeriu a elaboração de um projeto piloto do estado para a criação de um programa de rastreamento do câncer de mama.

“Hoje 70% das mulheres catarinenses dependem do SUS para enfrentar o câncer de mama. Temos mamógrafos suficientes, mas não temos mamografias suficientes. Apenas 30% por casos são diagnósticos precoces”, disse.

Ele defende a disponibilização de testes genéticos que detectam mutações dos genes BRCA1 e BRCA2. “Este exame custa em torno de R$ 1,8 mil reais”, disse.

Santa Catarina pode liderar políticas inovadoras

Para ele, Santa Catarina tem a oportunidade de ter um programa de rastreamento do câncer de mama. “A receita é o diagnóstico precoce. Por isso, precisamos desse programa de rastreamento, de uma política de saúde e de estado”, disse.

O secretário estadual da Saúde, Diogo Demarchi Silva, colocou a pasta à disposição para buscar soluções efetivas para os pleitos. “Precisamos avançar. O governador Jorginho diz que a saúde tem pressa, Santa Catarina tem pressa e quem tem câncer tem mais pressa ainda.”

Ampliação da faixa etária para mamografias

Sobre a proposta de mamografias a partir dos 40 anos, o secretário disse que a Direção Nacional de Saúde recomenda rastreamento para mulheres de 50 a 69 anos. Mas há debate sobre a ampliação da faixa etária com base em evidências científicas.

“A saúde no Brasil é tripartite, envolvendo União, estados e municípios”, lembrou o secretário. Ele também se colocou à disposição para a criação do observatório e destacou que o Estado já tem uma central de informações estratégicas.

Investimentos e desafios no SUS

Sobre novas tecnologias, Diogo mencionou que o SUS incorporou 36 medicamentos, mais de 30 para oncologia, mas sem financiamento. “O governo do Estado investiu mais de 500 milhões em remédio oncológico. O Estado pode fazer, mas é preciso entender responsabilidades.”

Rede de exames e diagnóstico precoce

A presidente da Sociedade Catarinense de Radiologia, Aline Patricia Bianchini, informou que o câncer é a terceira causa de morte em SC e defendeu a criação de programa de rastreamento.

Hoje, 177 mamógrafos estão cadastrados no estado. “Conseguiríamos uma cobertura de mais de 200%. Só que é preciso um programa de política pública para assegurar o diagnóstico precoce.”

Cepon e prevenção

O diretor-geral do Cepon, Marcelo Zanchet, destacou que prevenção é investimento. A médica Ana Paula sugeriu a inserção de cinco a dez exames de BRCA por mês no Cepon. “O paciente de câncer não é apenas um doente. Ele é um amor de alguém”, disse.

Tratamento oncológico em Santa Catarina

Santa Catarina conta com 21 unidades de saúde habilitadas para o tratamento oncológico, incluindo 8 com radioterapia. O Cepon é referência no estado, inclusive para câncer de intestino.

Exames de rastreamento, como a tomografia com baixa dose para câncer de pulmão, são importantes para detecção precoce. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir a mortalidade por câncer.

Fonte: Alesc

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