O Secretário de Estado da Agricultura de Santa Catarina, Carlos Chiodini, esteve no Meio-Oeste durante a semana para uma série de encontros com prefeitos, cooperativas e produtores rurais. Durante sua visita, o secretário reforçou o compromisso do governo com o setor agrícola, que representa mais de 32% do PIB catarinense e responde por mais de 60% das exportações do estado.
"Estamos falando de milhões de pessoas que vivem da agricultura. Por isso, uma semana sim, outra não, estamos na base, ouvindo as demandas, divulgando programas e acompanhando de perto o que está acontecendo no campo", destacou Chiodini .
Segundo ele, 2025 será um ano histórico para o setor. Com apoio do governador Jorginho Mello, o estado bate recorde de investimentos na agricultura, com foco na renovação de talentos, ampliação de programas de crédito, pavimentação rural e resiliência climática.
Durante sua passagem por Joaçaba, Chiodini participou do lançamento do programa Estrada Boa Rural, o maior do país em pavimentação de áreas rurais. Com investimento inicial de R$ 2,5 milhões, o programa tem como diferencial a distribuição igualitária de recursos entre os municípios, sem distinção partidária.
"Pela primeira vez, todos os municípios catarinenses terão direito ao mesmo valor, com base no tamanho da cidade. É um programa que visa garantir mobilidade, escoamento da produção e qualidade de vida no campo", afirmou.
Outro destaque anunciado por Chiodini foi a retomada do SC Rural 2, programa que estava paralisado há mais de cinco anos e que agora será relançado com novos moldes. O projeto já foi aprovado pelo Senado e pelo Ministério da Fazenda, com previsão de aporte de US$ 120 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e US$ 30 milhões do governo estadual, o equivalente a R$ 800 milhões.
"O SC Rural 2 vem com uma proposta ainda mais robusta. Sessenta por cento do valor será investido "porteira adentro", ou seja, diretamente no produtor rural, com foco em inovação, tecnologia e resiliência climática", explicou.
A expectativa é de que o lançamento oficial ocorra ainda em 2025, também no interior catarinense.
Chiodini destacou ainda os esforços do governo estadual para fortalecer o acesso ao crédito em um cenário de juros elevados, que dificultam investimentos no campo.
"Vivemos um tempo em que os juros chegam a mais de 20% ao ano. Isso inviabiliza o crescimento da agroindústria. Por isso, o governo tem atuado para quitar parte desses juros ou até amortizar dívidas em programas como o de incentivo à cadeia leiteira", explicou.
Além disso, está em desenvolvimento um novo programa em parceria com a indústria de proteína animal (avicultura, suinocultura e bovinocultura) para fomentar investimentos e garantir competitividade a Santa Catarina, maior produtor nacional em vários segmentos.
Chiodini também adiantou que Santa Catarina pode se tornar o único estado brasileiro autorizado a exportar carne bovina para o Japão. O anúncio oficial pode ocorrer durante a COP 2025, marcada para novembro em Belém (PA), conforme indicado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
"Isso é fruto de décadas de trabalho em sanidade animal. Estamos há anos sem registro de febre aftosa e há mais de dez anos sem casos de peste suína clássica. A gripe aviária, que assustou o país este ano, foi contida aqui graças à atuação da Cidasc e de outros órgãos", disse o secretário.
Questionado sobre o impacto das novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos catarinenses, o Carlos Chiodini destacou que o setor agroflorestal, especialmente o de madeira serrada, foi o mais afetado, com prejuízos que somam US$ 700 milhões.
"Muitas empresas vendiam 100% da sua produção para os EUA. Essa dependência gerou vulnerabilidade. Por isso, estamos fortalecendo a diplomacia e buscando diversificar mercados. O governador Jorginho Mello já esteve em países como China e Japão, abrindo novas portas", afirmou.
O governo catarinense também anunciou o programa Safra Garantida, com investimento previsto de R$ 84 milhões. A proposta é subsidiar parte do seguro agrícola contratado pelos produtores, especialmente os pequenos, que muitas vezes não conseguem arcar com o custo da proteção.
"Hoje, o seguro pode custar até R$ 5 mil por propriedade. Com o programa, o governo pagará até R$ 1.500 desse valor. Isso incentiva a contratação e protege os produtores contra estiagens, granizo, enchentes e outras intempéries", explicou.
Chiodini encerrou a visita à Joaçaba, destacando que o Meio-Oeste será uma das regiões mais beneficiadas com os novos programas, devido ao seu perfil agrícola e cooperativo.
"A região é altamente produtiva e estratégica. O SC Rural 2, por exemplo, vai trazer uma abordagem moderna, inspiradora, com foco em inovação e sustentabilidade. Teremos muitas novidades no último trimestre de 2025", concluiu o secretário estadual da Agricultura.
Com a retomada de programas emblemáticos e novos investimentos estruturantes, Santa Catarina consolida sua liderança nacional na agroindústria e mostra que, mesmo diante dos desafios climáticos e econômicos, o campo segue sendo prioridade no governo estadual.

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