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20/08/2025 12:06
ARTIGO

As contradições e a inércia da nossa política

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Por Ivan Ramos, diretor executivo FECOAGRO

Nosso país vive um dilema de governança que parece não ter fim. A cada dia, uma nova medida ou pronunciamento de autoridades, nas três esferas de Poder da República, deixa a população comum estupefata. Os políticos não se entendem — seja no Executivo, no Legislativo ou até no Judiciário, que se transformou muito mais em uma instância política e ideológica do que em um espaço para julgar comportamentos conforme as leis vigentes. Juízes divulgam opiniões fora dos autos, sem análise do mérito, e desfilam na mídia como se fossem celebridades.

O Executivo toma decisões emocionais e revanchistas, sem medir as consequências, acusa a oposição de radical e extremista, mas esquece que suas próprias posturas não são diferentes, alimentando um clima de “nós contra eles”. O poder público gasta o que não tem sob o argumento de defender os menos favorecidos, ignorando que o dinheiro não brota da terra e sonhando que existe “jantar de graça”.

O Legislativo se tornou uma figura decorativa. Aprova leis que, logo em seguida, têm sua constitucionalidade questionada no Supremo — que, por estar alinhado ao Executivo, muitas vezes as derruba. Assim, decisões debatidas e aprovadas pela instância que representa o povo perdem valor. O Senado, que poderia corrigir os excessos do Judiciário, não toma providências, dando a entender que há interesses pendentes e receio de retaliação.

E assim o país segue rumo à bancarrota, conduzido por decisões irresponsáveis e interesseiras. Estamos morrendo aos poucos, e nem mesmo intelectuais ou aqueles que se dizem cultos parecem enxergar isso.

No nosso setor agropecuário, um exemplo recente foi o veto do Executivo a 63 artigos da lei do licenciamento ambiental. O projeto havia sido discutido tecnicamente por vários segmentos, com demonstração clara de que, da forma anterior, a legislação travava o desenvolvimento — e que as mudanças propostas não comprometeriam a responsabilidade ambiental. Ainda assim, uma minoria ideológica influenciou o veto.

O Congresso, que debateu o projeto por anos, com audiências públicas e análise técnica, aprovou a nova proposta. Porém, ideólogos pressionaram o Executivo a vetar pontos importantes. Agora, os parlamentares têm poder para derrubar o veto, mas há pouca esperança de que isso aconteça, até porque parte da mídia defende as mudanças. E, mesmo que o veto seja derrubado, é provável que haja judicialização — com alta chance de vitória nessa instância, devido ao alinhamento ideológico.

Esse é o reflexo de um país sem futuro. Não basta as empresas produzirem, gerarem empregos, pagarem impostos e tentarem impulsionar o desenvolvimento se os políticos não agirem com responsabilidade e alinhados às reais necessidades da população.

No próximo ano teremos eleições — uma oportunidade de escolhas mais qualificadas, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Precisamos pensar no amanhã de nossos filhos e netos, e não apenas no hoje ou nos interesses individuais.

Pense nisso!

Fonte: Fecoagro

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